Sítio secreto em SC turbinava cocaína para esquema bilionário entre facções 3vql

Operação Colapso foi deflagrada em cidades de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo; foram bloqueados R$ 1,4 bilhão e 35 pessoas foram presas

Operação Colapso, foto mostra laboratório que turbinava cocaína em SC; imagem é de casa de madeira cheia de galões e apetrechosOperação Colapso mirou em laboratório que turbinava cocaína para que ela fosse vendida – Foto: PF/Divulgação/ND

Um sítio que abrigava um laboratório do tráfico foi encontrado pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) em Santo Amaro da Imperatriz, Grande Florianópolis, nesta terça-feira (10). Conforme a investigação, o laboratório secreto “turbinava” a cocaína para a venda.

A Operação Colapso da Ficco foi deflagrada em cidades de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. São mais de 80 ordens judiciais, que determinaram o bloqueio de R$ 1,4 bilhão vinculados a 25 empresas, a prisão de 38 pessoas e 48 mandados de busca e apreensão. Se tratou da maior operação da Polícia Federal de Santa Catarina em 2025.

Conforme o delegado da PF, Nelson Napp, que coordena a Ficco, a droga era vendida em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, enquanto o dinheiro era lavado também em SC, em São Paulo e no Paraná.

Imagens mostram o laboratório onde a cocaína tinha outras substâncias acrescentadas na composição para ganhar mais volume e ser vendida. A perícia ainda irá identificar a substância utilizada no processo feito pelo laboratório.

Operação Colapso mirou em laboratório que turbinava cocaína para que ela fosse vendida – Vídeo: PF/Divulgação/ND

Criminosos mexiam na cocaína para que ela aumentasse de tamanho para a venda – Vídeo: PF/Divulgação/ND

Das 38 pessoas que eram alvos da Operação Colapso, 35 foram presas, duas fugiram e uma foi morta em confronto, informou a polícia. Conforme Napp, um dos suspeitos não estava em casa e, o segundo, soube que estava sendo procurado pelo pai e fugiu.

Dois líderes do esquema bilionário foram presos nesta terça. Um deles é um empresário responsável por uma empresa em Curitiba que era o destino do dinheiro lavado do tráfico. O segundo é um catarinense já preso no Rio Grande do Sul, de onde coordenava todo o esquema de tráfico de dentro da prisão.

O homem que morreu estava em um dos locais alvos da Operação Colapso, um depósito localizado em São José que, conforme a polícia, era utilizado para armazenar a cocaína.

“Na Colônia Santana tinha esse foragido, alvo na operação, traficante e responsável pela guarda desse depósito. Ele usava documento falso, estava condenado a 20 anos de prisão por tráfico de drogas e roubo e estava foragido desde abril de 2024. Hoje ele partiu para enfrentamento para os policiais, que não tiveram outra alternativa se não revidar em legítima defesa, ele acabou morrendo”, afirmou o delegado da PF.

Facções de SC e RS se aliaram para vender drogas e lavar R$ 1,4 bi do tráfico 1h416

Segundo a PF, a suspeita é de que o esquema era coordenado por uma facção de Santa Catarina, que tinha uma parceria com outra facção, do Rio Grande do Sul.

O ND Mais apurou com outras fontes da investigação que a facção investigada se trata do PGC (Primeiro Grupo Catarinense), que estaria aliada com a facção gaúcha Manos. Conforme a apuração, o catarinense líder do esquema estaria preso na ala da facção gaúcha no presídio do Rio Grande do Sul.

Polícia também apreendeu armas na deflagração da Operação Colapso – Foto: PF/Divulgação/NDPolícia também apreendeu armas na deflagração da Operação Colapso – Foto: PF/Divulgação/ND

Como R$ 1,4 bilhão de tráfico era lavado por facções 1v6q4r

A Operação Colapso identificou que o dinheiro da venda das drogas era lavado inicialmente por uma série de empresas fantasmas, cujos alvos foram identificados pela Ficco. Todo o montante lavado era uma empresa de tecnologia em Curitiba. O responsável pela empresa foi preso nesta segunda.

“Um desses alvos, um empresário, estava em Curitiba, o principal lugar onde o dinheiro era lavado. Lá existia a empresa beneficiária de todos os valores, uma camada superior da lavagem. Todo o dinheiro em espécie, os valores de contas de agem, tanto pessoa física como jurídica, eram enviados para essa empresa sediada em Curitiba, que seria uma espécie de destinatária final”, detalha o delegado.

Ações foram cumpridas na manhã desta terça-feira; mala “entupida” de dinheiro foi encontrada durante a Operação Colapso – Foto: Polícia Federal/Divulgação/NDAções foram cumpridas na manhã desta terça-feira; mala “entupida” de dinheiro foi encontrada durante a Operação Colapso – Foto: Polícia Federal/Divulgação/ND

Em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina também foram identificados locais onde o dinheiro do tráfico era lavado antes de ser enviado para a empresa no Paraná.

Responsável por depósito de drogas morre em confronto, diz polícia 1s2s4s

A Operação Colapso é resultado de uma investigação que iniciou em setembro de 2024, após a identificação de movimentações suspeitas de veículos em rodovias catarinenses. “Foram realizadas diversas apreensões, que somaram 491 quilos de cocaína e R$ 623 mil em espécie. Além disso, dez pessoas foram presas em flagrante”.

Entre as cidades onde estavam os alvos da operação Colapso, estão: Florianópolis, São José, Palhoça, Criciúma, Lauro Müller, Araranguá, todas em SC, além de Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).

A Ficco é uma força-tarefa composta atualmente pela Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Penal de Santa Catarina, atuando de forma integrada no enfrentamento ao crime organizado.

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