Desde a morte do empresário Márcio Ramos, em maio, a crise na VR Brasil vem se intensificando. Mais de 2 mil pessoas, que se sentem lesadas por conta de quase R$ 1 bilhão em investimentos não retornados pela empresa, seguem à espera de uma resolução do caso.

Até o momento, apenas o advogado da VR Brasil, Ângelo Coelho, havia se manifestado em nome da empresa. Agora, a viúva de Márcio Ramos, Monique Baumgartner, publicou uma carta aos investidores.
Monique Baumgartner faz parte do quadro istrativo da empresa, onde auxilia em tarefas de gestão interna, e essa é a primeira manifestação pública dela desde a morte do seu marido.
Manifestação da viúva 4k4ft
Em carta aberta, Monique definiu o marido como “extremamente centralizador, otimista, determinado e confiante”, características que o faziam um gestor capaz de superar desafios.
No entanto, ela também ite que o empresário conduzia negociações que eram de desconhecimento de pessoas próximas a ele e que, com a sua morte, existem incertezas sobre a real situação financeira da empresa.
Monique ainda declara que o objeto da empresa é resolver a situação o mais rápido possível, mas que, com as dificuldades existentes, é preciso que os investidores lesados tenham “compreensão” e demonstrem “apoio” em todas as etapas do processo.

Dono da VR Brasil é suspeito de golpe bilionário 9k70
Márcio Ramos era fundador e sócio- da VR Brasil, empresa que realizava investimentos em fundos imobiliários em Santa Catarina, especialmente no litoral do Estado.
A empresa prometia aos investidores rendimentos de até 3,3% ao mês, que seriam obtidos por conta da alta valorização imobiliária no litoral do Estado.
Quanto maior a cota de investimento, maiores eram as promessas de retorno. Por conta disso, os investidores depositavam mensalmente de R$ 10 mil a R$ 30 mil na conta da empresa. Alguns cotistas chegaram a depositar um total de quase RS 1 milhão.
Os pagamentos prometidos aconteceram até o início de 2024, quando a empresa parou de distribuir os rendimentos aos investidores. Em maio, o dono da VR Brasil colidiu sua moto contra um muro e veio a falecer em Florianópolis, intensificando a crise.
Os quase R$ 1 bilhão que os cotistas investiram nas contas da empresa não foram retornados e a morte do empresário dificultou o o aos valores, o que faz os investidores suspeitarem que foram vítimas de um golpe financeiro.

A Polícia Federal e o Ministério Público estão investigando o caso.
Leia a carta da viúva na íntegra 5l4i50
Gostaria de me apresentar: sou a Monique, viúva do Márcio Ramos.
Antes de integrar a equipe da VR Brasil, atuei por muitos anos na área de minha formação, tecnologia da informação (T.I).
Há dois anos, após muita insistência do Márcio, decidi ajudá-lo por um período na parte interna de processos istrativos da empresa.
Márcio sempre foi extremamente centralizador, otimista, determinado e confiante a superar qualquer adversidade e fases difíceis de sua vida e sua empresa.
Desde o seu falecimento inesperado, nos encontramos em um momento de grande incerteza e desafios, sem o conhecimento completo das negociações que ele conduzia na empresa e sem muitas informações essenciais para prestar os esclarecimentos devidos aos advogados e cotistas.
Mesmo assim, todos nós estamos empenhados em buscar todas as informações possíveis, trabalhando incansavelmente junto à nossa equipe jurídica, com total transparência, para dar andamento à recuperação judicial.
O nosso objetivo é resolver todas as pendências da forma mais rápida e eficiente possível, respeitando a confiança que vocês depositaram na empresa e no Márcio.
Entendo e compartilho da preocupação e do susto que todos estão sentindo neste momento. Estamos juntos nesta batalha, e conto com a compreensão e o apoio de todos durante este processo.
A VR Brasil é de todos nós cotistas. Juntos, podemos superar este momento difícil e reconstruir o caminho para um futuro mais promissor.
Com solidariedade e respeito,
Monique