
Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta terça-feira (10), ter articulado uma tentativa de golpe de Estado, mas itiu ter buscado alternativas constitucionais para “atingir o objetivo que não foi alcançado no TSE”. A declaração foi dada durante interrogatório da ação penal de tentativa de golpe de Estado.
“Isso foi descartado já na segunda reunião”, disse.
Além disso, o ex-presidente negou ter “enxugado” a minuta do golpe, como afirmou seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. “Não procede o enxugamento. Tinha os considerandos”, afirmou Bolsonaro, sobre o conteúdo do documento. Segundo ele, a minuta foi apenas “colocada em uma tela de televisão” e exibida rapidamente, com alguns trechos como “considerandos”.
Acompanhe o interrogatório de Bolsonaro: 6v4x22
Lisura das urnas 31163n
Durante o interrogatório de Bolsonaro, ele tentou justificar suas declarações sobre as urnas eletrônicas. Ele afirmou que suas críticas faziam parte de um debate legítimo e dentro da lei – e não de um plano para romper com a democracia.
Bolsonaro também tentou justificar declarações sobre as urnas eletrônicas como parte de um histórico de críticas “dentro da legalidade” e não como um plano de ruptura institucional. Segundo ele, as dúvidas sobre as eleições não eram infundadas, mas sim alimentadas por manifestações legítimas.

“As críticas eram públicas. Mas nunca falei em fraude de forma leviana. Sempre defendi que o sistema deveria ter mais transparência.”
Moraes interrompeu os argumentos relacionados às urnas eletrônicas e “deu uma bronca” no ex-presidente, afirmando que o inquérito em curso não trata de supostas vulnerabilidades do sistema eleitoral, mas sim da tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
‘Não houve pressão’ 235o3w
Bolsonaro negou ter feito pressões sobre o então ministro da Defesa Paulo Sérgio para a produção de um relatório sobre a lisura do sistema eleitoral. “Jamais pressionei seja o ministro que for”, declarou. “Não houve pressão em cima dele para fazer isso ou aquilo. O relatório dele contou com meu acordo.”
Na segunda-feira (9), durante o interrogatório, o delator do caso, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid fez uma análise diferente. Ele considerou que Bolsonaro queria um documento “duro” contra as urnas.

“Essa pressão realmente existia. O general tinha uma conclusão para um lado mais técnico. E se tinha a tendência de fazer algo voltado mais para o lado político. Chegou-se a um meio termo”, disse.
Bolsonaro também disse que tratou com militares apenas de medidas dentro da Constituição. E reafirmou nunca ter tratado de golpe. “Da minha parte, ou da parte dos comandantes militares, nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável”, setenciou.
“O golpe até seria fácil de começar. O day after [dia seguinte] é que seria imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia ar por uma experiência dessas”, analisou Bolsonaro.
*Com informações de R7.