Se engana quem acha que o Brasil está fora do handebol nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Não, nesse caso, completamente. Se as equipes de rendimento do masculino e do feminino não conseguiram vaga para disputar as fases finais da competição, vem de Santa Catarina o nome que hasteia a bandeira azul, verde e amarela na fase final da modalidade.
Salvio Pereira Sedrez, 55 anos, é natural de Blumenau, mas como morador de Barra Velha há mais de 40 anos se considera “barra-velhense de coração”.

Nesta quinta-feira (6) Salvio esteve na semifinal do handebol masculino entre Dinamarca e Espanha, onde os dinamarqueses carimbaram vaga na final para disputar o ouro contra a França, na reedição da final olímpica da edição Rio 2016.
Salvio é um ex-árbitro internacional de handebol e foi convocado para Tóquio para ser Delegado de Arbitragem. Ex-árbitro internacional de handebol o catarinense é referência quando o assunto é o apito da modalidade.
“No jargão internacional serei ITO (International Technical Official). Que vem a ser o Delegado Técnico da partida. Nossa tarefa, entre outras, é controlar os ânimos dos técnicos em relação aos árbitros para que todo comportamento esteja dentro dos princípios olímpicos”, resumiu o profissional.
Representante do Brasil nas finais do handebol 183e2d
Em contato com a reportagem Salvio, sempre muito solícito e em horário invertido, contou sobre o orgulho de representar o Brasil na etapa mais quente da competição.
Essa condição de decisão, inclusive, acaba gerando uma pressão extra, segundo Salvio, que vai bem além de uma simples disputa entre duas equipes.

“Tem um pouco de pressão, claro, não pode ter erros, não se aceitam erros. É um jogo entre dois países que estão lutando e, por isso, a pressão é grande. O clima é meio tenso”, explicou Salvio.
O manifestou foi emitido antes da partida da semifinal entre Espanha e Dinamarca mas, mesmo assim, denota a importância do cargo do blumenauense de carteira e barra-velhense de coração.
Compreensão no masculino e decepção no feminino 1r3430
Salvio, como remanescente do Brasil, também pode falar um pouco do seu olhar sobre a participação brasileiras no handebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Para o chefe da arbitragem o Brasil, no masculino, previa-se muita dificuldade uma vez que caiu em uma chave com, praticamente, todos os favoritos e grandes potências.
No feminino o catarinense lembrou do começo da participação das brasileiras que tiveram um empate com o Comitê Russo e uma vitória sobre a Hungria.
A queda ainda na primeira fase, para Salvio, ficou aquém do que se esperava do time feminino.
“Foram detalhezinhos e no handebol detalhes fazem toda a diferença. Mas bola para frente, a seleção brasileira feminina deve ar por uma renovação das atletas e de técnico, eu acredito. Já o masculino deve trazer uma renovação também, vamos acompanhar”, projetou.
Segunda olimpíada (e última?) 3j5d18
Salvio, que participou da Olimpíada do Rio, chegou a sua segunda edição de Jogos Olímpicos sem falar muito no futuro. Mesmo assim, embora não tenha dito com todas as letras, o discurso é de “encerramento de ciclo” e o profissional catarinense deve mesmo fazer sua despedida em Tóquio.
Antes disso, no entanto, está de olho nos últimos jogos da modalidade que entre sexta e sábado (de Brasília) deve ter as definições pelas medalhas nos dois naipes.
A história 286v2m
Iniciado aos 12 anos, ainda em Blumenau, Salvio participou da primeira competição estadual em Rio do Sul. Salvio, segundo recorda, foi campeão em três oportunidades do JASC (Jogos Abertos de Santa Catarina).
Dois anos depois de se mudar para Barra Velha, em 1984, fez o primeiro curso para árbitro estadual onde ingressou na Federação Catarinense de Handebol.
![Salvio Sedrez, representante de Barra Velha nos Jogos Olímpicos [bem a direita, na foto] – Foto: Divulgação/ND](https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.ndmais-br.noticiasdoriogrande.com%2F2021%2F08%2Fsalvio-sadrez-2-800x598.jpeg)
Entre 2008 e 2012 ou a ser diretor dos Árbitros da Confederação Brasileira de Handebol e, ainda, entre 2012 e 2018 foi presidente da Comisão de Árbitros e Regras da Federação Panamericana.
A partir de 2019, foi criada uma nova Confederação do Sul e Centro-América, na qual é diretor-geral até o momento.